terça-feira, 6 de setembro de 2011

...continuando o assunto

Bom...contando que vovó (Maroca) já tenha superado a mágoa por eu falar primeiro do vovô Elias, vamos aos fatos. A vovô Nadir, filha do dito casal, nem todos vocês vão lembrar, mas ela adorava lembrar de todas as mazelas da sua infância e sentava a puia no pai (dela)...que ele não deixou que ela estudasse;  que só deixou que ela fizesse um curso de bordado mas retirou a autorização na terceira aula com o argumento de que estava demorando para aprender e isso era desculpa para estar na rua;  que era um camarada de gênio difícil e inconstante...enfim as referências nunca eram boas. Eu como já conhecia essa particularidade da minha mamãe de dar "ênfase" aos fatos, sempre procurei escutar o que era dito nas entrelinhas...e nas entrelinhas encontrei um avô que tinha o espírito livre, um homem de personalidade vigorosa, um pai amoroso, ainda que do jeito dele. Era o pai que não saia para trabalhar sem antes ir na cama de cada filho dar um beijo de despedida. E se fosse viajar, além do beijo também colocava uns trocados em baixo do travesseiro de cada um, para que eles comprassem doces.
É lógico que ele deve ter cometido erros...é provável que tenha tido atitudes reprováveis. Era marrento, mas tenho certeza que não era uma pessoa ruim. Talvez só não soubesse fazer melhor.
Elias e Maroca nunca se casaram. Não sei exatamente o por quê, mas tenho algumas suspeitas que contarei em outro momento. Tiveram uma relação difícil, ele traindo muitas vezes e ela fazendo os desaforos que podia. Mesmo assim viveram juntos por no mínimo uns 25 anos. Só depois do casamento de minha mãe é que se separaram e minha avô foi morar com ela. Pais ruins? Duvido! Ninguém suporta tanto tempo uma relação já sem amor, se não for por amor...ainda que pelos filhos.
Invocado ou não...isso devia ser com os outros. Comigo e com a Gilzinha ele tinha a maior paciência. Tive pouco contato com meu avô mas os que tive foram bons. Ele morreu por volta de 1974 de cirrose no Rio de Janeiro. Essa foi a primeira vez que foi a um médico. Devia estar bem debilitado para aceitar ir para o Rio se tratar. Tio Alcebíades, mais conhecido como Bide, avisou que ele estava doente mas só quando o estado dele piorou e ele pediu para me ver é que fomos para o Rio e já o encontramos bastante fraquinho. Ele faleceu enquanto voltamos para Santos.

Tenho muito carinho por este avô. Sempre o defendi e encontrei justificativas para o seu jeito de ser com a mais absoluta convicção de que fez o melhor que sabia. Por isso crianças, digo à vocês: tenham orgulho deste bom baiano. Vocês descendem de um homem que pode até não ter sido o mais correto do  mundo mas com certeza foi forte, valente, altivo e muito independente.

Somos privelegiados por descender de pessoas fortes. Verdade! Todos eles, por parte da vovó Nadir ou do vovô Werner...todos foram guerreiros. E é por isso que nós as vezes até cambaleamos diante das adversidades que a vida vai nos colocando mas continuamos em frente. Somos frutos de boas árvores!

E  agora para completar aí vai a "fotinho de família". Nessa foto vovô Nadir estava com 6 anos de idade. Vê se ela não era uma bonequinha...


Da esquerda para à direita: Aristoteles, conhecido como tio Coca ou Toti, vovô Abílio, vovô Nadir (claro!) e tio Alcebíades ou Bide.

Por hoje é só crianças. Amo vocês!!! 


terça-feira, 16 de agosto de 2011

Recuperando a imagem

Vou falar da vovó Maroca sim mas primeiro deixa eu contar um pouquinho mais sobre o vovô Elias, porque acabei deixando-o com uma imagem ruim perante vocês. É verdade que ele era um cabra invocado mesmo e com uma filosofia de vida meio cangaceira, mas não era uma pessoa ruim, era fruto do meio (vixi que desculpa mais esfarrapada...rsrs).
Segundo a vovó Nadir, quando criança o enfeite de parede na casa deles era um amontoado de armas e que S Elias não pensava duas vezes se fosse preciso atirar. Bastava que se sentisse desrespeitado. Era um tipo meio justiceiro (...justiça do ponto de vista dele, claro).

Eles moraram em várias cidades do Espírito Santo (Colatina, Vila Velha, Guarapari, Cariacica, Vitória, Sta Teresa,...só para citar as que eu lembro. Vovó Nadir contava que as vezes moravam em casas muito boas quando os negócios iam bem; outras em casas bem simples e até com móveis improvisados com caixotes, quando os negócios iam mal, de repente sem nenhum  aviso prévio, ele chegava em casa e mandava arrumar a mudança que o caminhão já estava vindo. (Acho que vi essa cena em gerações mais recentes..rs)

Vou ter que fazer uma pausa aqui para expressar minha indignação. Estava com o texto todo escritinho...revisado...foto postada...devidamente centralizada e aí...BUFFFFFFF. Não salvou, não publicou...Acredito que se trate da ação de forças ocultas interferindo nas boas referências que tinha feito ao meu queridíssimo avô. Não ri não...é sério. Toda a parte do texto em que eu descrevi as boas qualidades dele...simplesmente apagou.

Tá bom D.Maroca vou falar da senhora primeiro...ciumenta!

sábado, 13 de agosto de 2011

Elias Victor

Vou ter que começar pedindo perdão logo de saída, por revelar o segredo de uma vida inteira do meu avô Elias Victor, pai da vovó Nadir. Ele negou o mais que pode...deu pistas falsas, mas a verdade é que ele era "baiano". Ora se dizia sergipano, ora cearense mas depois que morreu descobrimos pela carteira de trabalho (que por sinal não tem nenhum registro), que ele era baiano nascido em Coité, no dia 20 de julho de 1890 - filho de José Faustino da Silva e Manuela Francisca de Andrade. Agora vocês podem estar se perguntando...se ele era pai da vovó Nadir; se o pai dele era Silva; se a mãe era Andrade, como é que nós acabamos Victor?

Vou contar à vocês como graças ao mal gênio do meu querido avô me livrei de ser "da Silva Herzog", mas antes não posso deixar de agradece-lo por isso. Acho o Victor tão mais chique e compatível com o Herzog.

Minha mãe contava que ele saiu de casa ainda muito jovem, depois de uma briga com um dos irmãos. Ficou com tanta raiva,  por não ter tido apoio do pai, que além de ir embora quis se livrar do sobrenome e adotou o Victor, que era o prenome de um conhecido a quem ele respeitava. Segundo minha mãe, ele nunca mais teve contato com ninguém da familia. Nem pai, nem mãe, nem irmãos...ninguém.

Um caixeiro amigo dele, que talvez até fosse esse tal de Victor,  era também amigo dos parentes que ficaram em Coité e volta e meia trazia cartas da mãe dele. Ele rasgava todas sem sequer abrir. Uma vez minha avó recebeu uma dessas cartas e leu antes de entregar. Nessa carta, a mãe dele pedia que ele enviasse ao menos uma foto dos netos pois ela estava quase cega e queria connhecer os filhos dele antes de perder totalmente a visão. Sem saber que minha avó já tinha lido, ele rasgou a carta sem nem abrir.

Já vovô Abilio, uma vez me contou que a raiva dele em relação a família era por ter se sentido lesado quando a mãe loteou a fazenda (atenção moçada!!!  pode ser que "a fazenda", fosse só um sítio grande) para repartir a terra entre os filhos. Vai saber! Tanto vovó Nadir, quanto vovó Abílio eram extremamente criativos e adoravam dar um floreada nas estórias...rs.

De concreto só temos mesmo que escapamos do comum,  graças a sua incapacidade de perdoar a família. Seja lá qual tenha sido o motivo. E talvez nem tenha sido nada grave. Ele era um cabra invocado mesmo e para se ofender era muito fácil.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Um dia ela será uma antepassada que nasceu a mais ou menos 150 anos atrás

...mas por enquanto só faz 28 anos...rs. Hoje estava me preparando para contar as peripécias do Vovô Elias, ou para vocês Biso Elias ( pai da vovô Nadir). Mas a Syntita sugeriu falar alguma coisa sobre o nascimento da Ju ou sobre como andava minha vida quando ela nasceu, afinal ela também é história. Verdade que recente, mas ainda assim...história.
 Bom no que diz respeito a minha vida não época, melhor pular essa parte. Não foi dos meus melhores momentos. Ainda assim eu com minha eterna vontade de ser diferente da massa, resolvi que a Ju teria um enxoval diferente. Tradicionalmente as roupinhas de criança, e principalmente a saída do hospital, eram brancas...ou azuis (para os meninos), rosinha (para as meninas) e os mais ousados arriscavam um verde água.
Como diz Bibi..."ah pronto!", resolvi que a saída de hospital da Ju seria vermelha. Eu mesma fiz o casaquinho, manta, sapatinho e touca. Tudo de crochê porque eu ainda não sabia fazer tricot (ainda não sei..só cachicol kkkk).  Em nenhum lugar se encontrava roupa vermelha para criança, ainda mais recén -nascido. Anos depois descobri que as crianças ciganas são vestidas de vermelho quando nascem. Lembrança de vidas passadas...será?

Juju nasceu com 42 cm e 3.380 kg de cesariana, marcada com antecedência, porque o médico já tinha percebido que ela estava sentada. Sentada e tentando sair pelo estômago. A bichinha estava com a cabeça encaixada entre as minhas costelas. Eu assisti toda a cesariana. Agora imaginem o meu desespero ao ver o médico segurando com uma mão os pezinhos da princesa e com a outra apoiando a barriga para fazer um movimento de alavanca e tentar soltar a bichinha??? Depois de algum esforço...uhuuuuuu  ela finalmente se soltou. O que ela não conseguiu até hoje foi superar a falta de senso de direção....kkkkkkkkkkkkk

domingo, 7 de agosto de 2011

Tentando explicar



Então...estou sempre falando desse ou daquele avô, contando uma historinha aqui outra ali e volta e meia me deparo com perguntas do tipo: "Mas esse Vovò Elias era pai de quem mesmo?" ou "Baiaaano!!!???... Mas seu avô não era português???"

Sendo assim, num esforço hercúleo para apresentar as nossas raízes à vocês, estou tentando entender como funciona um blog para registrar as informações sobre os nossos antepassados, desvendar nossa história, contar as estórias (nem sempre verdadeiras), passada de uma geração à outra e se Deus ajudar até colocar fotos dessas ilustres figuras que "tudo junto e misturado" deu origem a quem somos hoje.

Agora você pode estar se perguntando: "Tá...mas qual a utilidade disso?", ao que eu respondo com toda convicção: "Não sei e não faz pergunta difícil...rs". A única coisa que posso dizer é que conhecer minha genealogia, traçar um perfil dessas pessoas, entender porque mudaram de país, de estado, descobrir seus talentos e personalidade sempre foi muito importante para mim eu adoraria que algum antepassado tivesse tido a idéia de fazer anotações e guardar documentos que pudessem hoje me ajudar nisso. Mas ninguém fez. E para a coisa ficar ainda mais difícil, meu pai e meus tios não gostavam de falar do passado; minha mãe, adorava  recriar o passado...rs.

Muito lentamente vou levantando o véu do passado ( bonito isso né?) e decifrando essas figuras. Agora vou tentar organizar o que sei para contar à vocês. Vai que alguém se empolga e resolve me ajudar. Heimm?...Heimm?